É amplamente reconhecido que grupos especifícos dentro das sociedades continuaram a sofrer violações dos direitos humanos com base em aspetos particulares das suas identidades tais como sexo, idade, deficiência, entre outros. Um desses grupos é o das crianças. As crianças são um grupo cujo tratamento e contribuição para a sociedade sofreu alterações ao longo da História, variando assim as noções e perceções sobre a infância desde “a criança é inerentemente má ou perigosa”, “ a criança é inerentemente inocente ou boa”, “a criança é inerentemente competente”, etc. (Pehtelides, 2015). Tais noções são, segundo o autor acima mencionado, construções sociais e que podem levar a certas violações dos direitos das crianças. Por exemplo, a perceção da infância como uma “fase de transição” ao invés de uma fase de pertença social ativa, pode resultar no tratamento das crianças como cidadãos de segunda, na sua exclusão social até se tornarem adultos, na falta de oportunidades de participação na vida social, no facto das suas vozes não serem ouvidas, etc.