Uma das contribuições mais notáveis desta teoria são as explicações sobre o valor do reconhecimento de mecanismos complexos de aprendizagem através de nove inteligências diferentes. A teoria das IM de Gardner propõe nove inteligências onde todos os seres humanos são inteligentes num conjunto específico de atributos de acordo com estes domínios dentro de uma cultura ou uma sociedade. As noves inteligências envolvem nove domínios distintos: 1) verbal-linguístico; 2) lógico-matemático; 3) espacial; 4) corporal-cinestésico; 5) musical/rítmico; 6) intrapessoal; 7) interpessoal; 8) naturalista e 9) existencial (Gardner, 2006). As nove inteligências estão sumariamente descritas no Quadro 1.
Um aspeto crítico da teoria das IM é que cada uma das inteligências tem a sua trajetória única de desenvolvimento que envolve diferentes operações de processamento (Gardner, 2006). Isto significa que as pessoas têm domínios onde são intelectualmente fortes, ao mesmo tempo que existem áreas com fraquezas relativas; mesmo dentro de um domínio específico de inteligência. Embora todas as nove inteligências funcionem simultaneamente nas pessoas, os seus níveis de capacidade variam à medida que existem várias combinações dentro de um perfil (Armstrong, 2009). Moran et al. (2006) relacionam o perfil individual com uma orquestra onde cada inteligência é vista como um instrumento que interfere com os outros; compensa os outros ou melhora os outros. Castejon et al. (2010) confirmam, utilizando uma análise de fatores, que as diferentes dimensões das IM não são independentes. Do mesmo modo, Gardner (2006) demonstrou através do estudo Arts PROPEL a rica diversidade das formas como as pessoas utilizam as suas competências tanto dentro de cada área de inteligência como entre as inteligências.