Tópico 1 “Ouvir as crianças”: Efeitos na qualidade de vida das crianças/alunos(as)

Investigadores como Bond (2012) destacam que somente quando os adultos começarem a “ouvir as crianças”, vão “descobrir” as suas opiniões e avaliações e perceberem que os pontos de vista das crianças sobre as dimensões da sua qualidade de vida poderão ser diferentes dos deles. É bastante claro que os adultos já não “sabem tudo” e “estão sempre certos”. O que levanta uma questão interessante: porque é que os adultos “têm o direito” de ter perceções e avaliações diferidas sobre os aspetos mais importantes do seu quotidiano enquanto as crianças não podem. De fato, os professores e pais fazem isto frequentemente e a tendência é desvalorizar a importância de saber o que faria as suas crianças mais felizes e satisfeitas em relação à escola (ex. isso são “coisas de criança” ou “tens um mau comportamento”  etc.) Contudo, alguns estudos adicionais sugeriram que quando as crianças se sentem ouvidas e compreendidas têm mais probabilidade de sustentarem um “bem estar psicológico” e estarem mais aptas para desenvolverem uma alta autoestima, controlo percebido e melhores relações interpessoais (Boele et al., 2019; Stern, et al., 2015).