Tópico 1 Ganhos da Participação Ativa

Embora as inteligências tenham claras ligações com as disciplinas nas escolas (Gardner 2006), os professores não devem meramente ensiná-las através de disciplinas específicas. De acordo com Armstrong (2009), a melhor forma de integrar a teoria das IM no currículo é encontrar formas de aplicar atividades de um domínio da inteligência noutros. Por outras palavras, o professor deve fazer essa ligação apresentando as múltiplas representações de um único conceito e vários percursos para uma aprendizagem eficaz. As atividades multimodais devem ser selecionadas e implementadas durante uma aula, uma vez que as inteligências múltiplas melhoram-na e não prejudicam os alunos na aquisição de novos conhecimentos. Além disso, os professores devem preparar e conceber experiências de aprendizagem significativas e ativas para ajudar os alunos a desenvolverem múltiplas inteligências e a atingirem o domínio dos conteúdos. Bonwell and Eison (1991) afirmaram que a participação ativa é uma técnica educacional significative implicando um envolvimento ativo no processo de pensamento, aprendizagem e aplicação do conhecimento. Ao conceber estratégias ativas que envolvem as capacidades de aprendizagem e as inteligências mais fortes de cada estudante, um professor pode planear o campo do conhecimento. Gardner (2006) apoia o conceito de fornecer múltiplas representações de conceitos-chave numa única lição, onde os professores fornecem vários pontos de vista para ensinar sobre um tópico, por três razões: para chegar a todas as características dos alunos; para que os estudantes possam adquirir  a perspetiva de um especialista e para “ativar diferentes grupos de redes neurais” (p.60).

É de grande significado dar oportunidades aos estudantes para desenvolverem várias competências simultaneamente, uma vez que “cada papel cultural de qualquer grau de sofisticação requer uma combinação de inteligências” (Gardner, 2006, p. 22). Obviamente, isto não significa que os educadores precisam de abordar todas as inteligências em cada disciplina que ensinam, mas os estudantes precisam de exposição a diferentes domínios da inteligência e oportunidades multi-níveis para desenvolver as suas capacidades físicas, cognitivas, sociais e emocionais. Por conseguinte, as escolas precisam de se afastar da rotulagem dos estudantes de acordo com o seu potencial em competências linguísticas e ariteméticas e mobilizar as suas inteligências e conhecimentos através de uma abordagem ativa e experencial da aprendizagem. Gardner (2006) afirma a relação recíproca entre a participação ativa e o desenvolvimento da inteligência dos alunos.  Ao aplicar uma abordagem de inteligência múltipla ao ensino, a instrução baseia-se no envolvimento dos estudantes em várias experiências de aprendizagem onde podem fazer escolhas de acordo com a forma mais apropriada para adquirirem conhecimentos.